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Loba
04:34
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Margem de Lá
03:23
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Viu-me na margem de lá
Fez uma dobra no início da onda
E foi caindo
No centro da roda
Ninguém chega lá
Menino olha que essa roda só tem fundo lá
Onde não tens pé
Menino vem ouvir o céu cantar
No vai-vem da maré
Menino vem à tona devagar
Ao fundo um ponto chama-te a luzir
Miragem em que não chegas a tocar
Menino um dia eu vou mergulhar
E quem ao longe ainda me avistar
Irá também surgir
Devagar
Vi-o na margem de lá
Fiz uma dobra no início da onda
E fui caindo no centro da roda
No centro da roda
No centro da roda
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4. |
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5. |
Ilhas São Demais
03:42
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Ilhas são demais
Já não vejo ninguém
Ilhas são demais
E tu?
Tu és quem?
Ondulando em lençóis
Meu corpo é água que vai e que vem
Errante entre dois sóis — nós dois
Ilhas de ninguém
E o sol que teima em tardar
O seu azul
Nas pálpebras mornas de quem
Se deixa sombrear
Por quem lhe quer bem
“E baloiça em ti um cais
De tudo o que a vertigem sustém
Sem saber para onde vais
Rumo a silhuetas de quem?”
“Ilhas são demais
Ilhas são demais.”
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6. |
Tanto Faz
03:52
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Tanto dá o mar, tanto faz
Tanto faz quem não vem
Quem não vem não se dá
Só se dá, quem se tem
Que se dane o mar se nos faz
Se nos faz suspender
Suspender o voltar
Re-voltar a viver
“Mas se por acaso for voltar
Àquilo que era
Não, não, não, não, não, não”
Já não é o que foi
E o que foi tanto faz
Tanto fez esquecer
E são tantos passos para trás!
Mas e se for o mar que nos faz
Que nos faz reviver
Reviver e voltar
E voltar a querer?
“Mas se por acaso for voltar
Àquilo que era
Não, não, não, não, não, não”
Não contem comigo, não contem
Não contem, Não contem comigo não
“Mas se por acaso for voltar
Àquilo que era
Não contem comigo, não”
Conta comigo para ancorar o coração
Conta comigo para ancorar a tua mão.
“Mas se por acaso for voltar
Àquilo que era
Não contem comigo, não
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7. |
Uma Onda
04:11
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Rio diz-me se alento acaba
Rio leva-me de volta à casa
Olha rio, não, eu já não acho graça
A adivinhar o que esse porvir para mim aguarda
Por isso vem, vem, vem
Embala que é no voltar
Que me encanta a espuma dos dias
Eu sei que tens, que tens, que tens
Tanto p’ra nos contar
Do que é feita a espuma dos dias
“Dos dias, dos dias, dos dias”
E o que me prende na tua demora
É tudo o que abisma, tudo o que transforma
E já agora diz se nos ampara a onda
Nesse leva, enrola, e puxa
Eu perco a hora
Por isso vem, vem, vem
Embala que é no voltar
Que me encanta a espuma dos dias
Eu sei que tens, que tens, que tens
Tanto para nos contar
Do que é feita a espuma dos dias
“Dos dias, dos dias, dos dias”
“Oh, vem no embalo também
Nossa pérola está na boca de quem
Só vem no embalo também”
Nossa pérola está na boca de quem?
Por isso vem, vem, vem
Embala que é no voltar
Que me encanta a espuma dos dias
Eu sei que tens, que tens, que tens
Tanto para nos contar
Do que é feita a espuma dos dias
“Dos dias, dos dias, dos dias”
Vem que a onda, a onda só quebra
“Só quebra”
Porque tem, tem de quebrar
A onda, a onda só quebra
“Só quebra”
E vai deixar de ser
“Até bom porto nos levar”
A onda, a onda só quebra
“Só quebra”
Porque tem, tem de quebrar
A onda, a onda só quebra
“Só quebra”
E vai deixar de ser
“Só para nos levar”
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8. |
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Tira os meus braços daqui e poisa-os à tua volta
Ando p’ra aqui sem dormir a flutuar nas horas
Marinheiro, esta água é tão doce que transborda
Hora de ir embora e a cidade nem desconfia
Perde-se em roucas sinfonias de rugidos e buzinas
Enquanto a voz do mar nos tira o sono
Eu tiro os meus pés do chinelos e fico mais um pouco
Vou escrevendo na pele o que não digo sob o torpor de Agosto
Ah Marinheiro, esta terra fica para lá do sol posto
É hora de ir embora e a cidade nem desconfia
Segue na branda melodia de sussurros e espertinas
Enquanto a voz do mar nos tira o sono
“A cidade vai e vem, vai e vem e esconde
Memórias de quem? Memórias de quem está longe
A cidade vai e vem, vai e vem, já não perdoa
Enquanto reflecte o teu nome nas ruas de Lisboa”
Solta as amarras e vem viver na boa
Que todas as mágoas têm seu jeito em que já não magoa
Marinheiro, eu sei que esse sal no teu peito tem
Hora de ir embora e a cidade nem desconfia
Segue na surda harmonia que ecoa na neblina
Enquanto a voz do mar nos tira o sono
“A cidade vai e vem, vai e vem e esconde
Memórias de quem? Memórias de quem está longe
A cidade vai e vem, vai e vem, já não perdoa
Cada légua de vida que passas fora de Lisboa”
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Joana Barra Vaz Parede, Portugal
Música e Cineasta.
Colabora com vários artistas.
Fundou A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria c/ Tiago
Pereira.
MEU CARO AMIGO CHICO doc (2012) exibido em festivais pelo mundo.
Música:
PASSEIO PELO TRILHO (2012) EP
MERGULHO EM LOBA (2016) LP - aclamado pela crítica.
ANDA ESTRAGAR-ME OS PLANOS - RTP FC 2018
NEM TE VI com Beato
Professora no ensino público (2007-19)
Em breve, um novo disco.
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